O brutal assassinato da atriz Daniela Perez provoca comoção e permanece envolto em mistério
6 de Janeiro de 1993 - Cidade acostumada a acordar com a notícia dos tipos de morte mais cruéis e inexplicáveis, o Rio de Janeiro foi sacudido na terça-feira passada por um bárbaro assassinato como nunca vira antes. Um ator de novela, Guilherme de Pádua, 23 anos, galã promissor, confessou ter matado com dezesseis tesouradas no pescoço e no peito a atriz Daniela Perez, de 22, ambos namorados na ficção da novela das 8 da Rede Globo, De Corpo e Alma. Guilherme de Pádua faz o Bira da novela. Daniela fazia a vulcânica Yasmin. A atriz foi encontrada morta num terreno baldio com quatro perfurações no pescoço, oito no peito e mais quatro que chegaram até os pulmões.
Torso esbelto e pernas grossas de bailarina, Daniela era a melhor candidata ao posto vago de namoradinha do Brasil. Se fosse ficção, a história seria brutal demais para ser encenada na novela das 8. Seria também inacreditável mesmo para um público acostumado aos mais loucos enredos televisivos em que se troca de coração como se troca de camisa. Imagine um filme ou novela em que uma autora criasse para a própria filha atriz um papel, o de Yasmin. Coloca ao lado dela Bira, o na namorado machão, primitivo, violentamente ciumento. Pois foi isso mesmo que aconteceu. A criadora da novela é Glória Perez, a mãe de Daniela Perez.
Confissão Feroz - Glória Perez planejava projetar a filha para o estrelato com o papel. Na quarta-feira passada, dilacerada pela morte da filha, Glória pediu à Rede Globo que mantivesse no ar as cenas já gravadas de Daniela e do assassino Guilherme de Pádua. Eles aparecerão até o capítulo 143 que deve ir ao ar no dia 15 de janeiro. A novela vai continuar e Glória pediu apenas alguns dias de descanso. Ela pretende permanecer no comando da história e, com ajuda das autoras Leonor Bassères e Ana Maria Moretzsohn, vai criar o episódio que tirará Yasmin e Bira do ar. 'O trabalho é a única escapatória que tenho para não morrer junto com minha filha', disse Glória ao diretor Daniel Filho.
O crime foi produto de uma ferocidade difícil até de se imaginar. Na terça-feira depois de ouvir a confissão do ator e de interrogar uma dezena de testemunhas, a polícia tinha uma versão bastante sólida do que deve ter ocorrido. Segundo a versão mais aceita pela polícia até a semana passada, Daniela, casada com o ator Raul Gazolla, de 37 anos, galã da novela Deus nos Acuda, também da Rede Globo, saiu dirigindo seu Escort XR-3 preto dos estúdios da produtora Tycoon, na Barra da Tijuca, onde parte da novela é gravada. Era pouco mais de 9 horas da noite de segunda-feira quando Daniela cruzou o portão da produtora. Atrás dela seguiu o Santana azul-metálico, placas LM 1115, dirigido por Guilherme de Pádua.
'Que País Violento' - Às 9h20 da noite, os dois carros, estacionados num lugar ermo e perigoso, a Avenida Cândido Portinari, chamaram a atenção do advogado Hugo da Silveira, de 60 anos. Ele ia para a casa da sua filha no condomínio Rio Mar quando viu o Escort vazio e o Santana logo atrás. 'Deu pra ver que havia um casal dentro do Santana', contou ele à polícia. Desconfiado depois de um recente assalto no loteamento, o advogado foi até a casa da filha e voltou com o caseiro Jamilton Ribeiro Lima para anotar as duas placas. Alertado por Silveira, Antônio Carlos Curado, outro morador do Rio Mar, comunicou por volta das 21h30 a presença dos veículos suspeitos à polícia.
Com base nas investigações, a polícia tem certeza de que o crime ocorreu na meia hora que se passou entre o telefonema de Curado e a chegada da primeira viatura ao local do crime.
Com base nas investigações, a polícia tem certeza de que o crime ocorreu na meia hora que se passou entre o telefonema de Curado e a chegada da primeira viatura ao local do crime.
Torso esbelto e pernas grossas de bailarina, Daniela era a melhor candidata ao posto vago de namoradinha do Brasil. Se fosse ficção, a história seria brutal demais para ser encenada na novela das 8. Seria também inacreditável mesmo para um público acostumado aos mais loucos enredos televisivos em que se troca de coração como se troca de camisa. Imagine um filme ou novela em que uma autora criasse para a própria filha atriz um papel, o de Yasmin. Coloca ao lado dela Bira, o na namorado machão, primitivo, violentamente ciumento. Pois foi isso mesmo que aconteceu. A criadora da novela é Glória Perez, a mãe de Daniela Perez.
Confissão Feroz - Glória Perez planejava projetar a filha para o estrelato com o papel. Na quarta-feira passada, dilacerada pela morte da filha, Glória pediu à Rede Globo que mantivesse no ar as cenas já gravadas de Daniela e do assassino Guilherme de Pádua. Eles aparecerão até o capítulo 143 que deve ir ao ar no dia 15 de janeiro. A novela vai continuar e Glória pediu apenas alguns dias de descanso. Ela pretende permanecer no comando da história e, com ajuda das autoras Leonor Bassères e Ana Maria Moretzsohn, vai criar o episódio que tirará Yasmin e Bira do ar. 'O trabalho é a única escapatória que tenho para não morrer junto com minha filha', disse Glória ao diretor Daniel Filho.
O crime foi produto de uma ferocidade difícil até de se imaginar. Na terça-feira depois de ouvir a confissão do ator e de interrogar uma dezena de testemunhas, a polícia tinha uma versão bastante sólida do que deve ter ocorrido. Segundo a versão mais aceita pela polícia até a semana passada, Daniela, casada com o ator Raul Gazolla, de 37 anos, galã da novela Deus nos Acuda, também da Rede Globo, saiu dirigindo seu Escort XR-3 preto dos estúdios da produtora Tycoon, na Barra da Tijuca, onde parte da novela é gravada. Era pouco mais de 9 horas da noite de segunda-feira quando Daniela cruzou o portão da produtora. Atrás dela seguiu o Santana azul-metálico, placas LM 1115, dirigido por Guilherme de Pádua.
'Que País Violento' - Às 9h20 da noite, os dois carros, estacionados num lugar ermo e perigoso, a Avenida Cândido Portinari, chamaram a atenção do advogado Hugo da Silveira, de 60 anos. Ele ia para a casa da sua filha no condomínio Rio Mar quando viu o Escort vazio e o Santana logo atrás. 'Deu pra ver que havia um casal dentro do Santana', contou ele à polícia. Desconfiado depois de um recente assalto no loteamento, o advogado foi até a casa da filha e voltou com o caseiro Jamilton Ribeiro Lima para anotar as duas placas. Alertado por Silveira, Antônio Carlos Curado, outro morador do Rio Mar, comunicou por volta das 21h30 a presença dos veículos suspeitos à polícia.
Com base nas investigações, a polícia tem certeza de que o crime ocorreu na meia hora que se passou entre o telefonema de Curado e a chegada da primeira viatura ao local do crime.
Com base nas investigações, a polícia tem certeza de que o crime ocorreu na meia hora que se passou entre o telefonema de Curado e a chegada da primeira viatura ao local do crime.
O cabo Nunes e o soldado Geraldo do 18º Batalhão da Polícia Militar só encontraram no local o Escort vazio, com os vidros abertos, as chaves no asfalto e os documentos em nome de Raul Gazolla. O corpo de Daniela, escondido no mato a 5 metros de distância, só foi achado depois que o cabo retornou da casa do ator, sem tê-lo localizado. Ao chegar em casa preocupado com a demora da mulher, Gazolla soube que a polícia estava à sua procura e foi à delegacia. Foi ele quem identificou oficialmente o corpo e em seguida foi buscar a sogra, Glória Perez. Logo, uma romaria de atores, atrizes e amigos chegou ao local do crime. Gazolla viu o corpo da mulher estendido no mato e saiu em prantos gritando: 'Que país violento, meu Deus'.
Ator Solto - Entre os que foram consolar a família naquele terreno baldio estava o assassino Guilherme de Pádua. Mais tarde foi até a 16º Delegacia, na Barra, aproximou-se de Raul Gazolla e disse-lhe algumas palavras carinhosas. "Você é um grande amigo', agradeceu Gazolla. A essa altura a polícia já sabia que o Santana LM 1115 era de propriedade de Paulo Almeida, sogro de Guilherme. O ator, preso em casa na madrugada de terça-feira, acabou solto por um habeas-corpus na tarde do dia seguinte. A juíza Márcia Ferreira de Alvarenga, da 19ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, considerou que não houve flagrante porque o assassino foi preso seis horas depois de o crime ter sido cometido. De acordo com o Código Penal, o flagrante só vale quando o criminoso é preso enquanto pratica o crime, durante a fuga quando perseguido pela polícia ou quando apanhado, mesmo horas depois, com a arma do crime em seu poder.
A libertação de Guilherme de Pádua revoltou a família de Daniela Perez. 'Acabamos de descobrir que ele nem réu primário é', disse Raul Gazolla. 'Isso é um absurdo, o crime foi muito bárbaro." A polícia carioca não tinha ainda a ficha judicial do ator, que é mineiro de Belo Horizonte e já esteve envolvido em episódios não muito bem esclarecidos. Ele tem no ombro direito a marca de um tiro que levou, segundo conta, ao resistir a um assalto no Rio de Janeiro no ano passado. Desde que se mudou para o Rio, há seis anos, o ator trabalhou em diversas peças secundárias. Em 1989 participou do show erótico masculino A Noite dos Leopardos, na Galeria Alaska, freqüentada pelo mais baixo lúmpen do homossexualismo carioca. Foi no musical Blue Jeans, de Wolf Maia, que começou a despontar. Essa peça também era sobre homossexuais. Mais precisamente sobre jovens que se prostituem com homossexuais. De Corpo e Alma era o primeiro papel significativo que Guilherme fazia em televisão. Antes disso, só teve uma apagada participação na novela Mico Preto. 'Ele sempre foi uma pessoa de caráter muito difícil, temperamental', afirma a modelo mineira Rejane Araújo, que o conhece há alguns anos. 'Quando ele fez uma peça sobre Pasolini, entrou de cabeça e até transou drogas", conta a modelo.
'Nem um Beijo' - 'Já me contam outra versão sobre o tiro que ele levou. Não foi assalto nada, mas uma briga de homossexuais', diz o ator Guilherme Fontes. Os atores mineiros de talento reconhecido e que já se firmaram como estrelas globais, como José Mayer e Antonio Grassi, também não têm boas referências de Guilherme de Pádua. 'Ele se meteu com produções de péssima qualidade com histórias sobre drogas e homossexualismo. Ele tem uma obsessão pelas coisas mórbidas', diz Mayer. 'Essa coisa de matar e dizer que incorporou o personagem que fazia na novela é pura enganação", diz Grassi. 'Isso é coisa de psicopata."
Ao longo de dez horas de depoimento ao delegado Mauro Magalhães, Guilherme de Pádua confessou o crime. "Ele contou tudo menos os detalhes das tesouradas, alegando que neste momento estava num transe e não se lembra de nada', disse Magalhães. Orientado pelos advogados de defesa, saiu-se com a mais previsível das alegações, aquela em que se tenta pôr a culpa na vítima. O ator disse que vinha sendo assediado por Daniela há alguns meses. Segundo Guilherme, a moça dizia passar por uma crise conjugal e acreditava que um relacionamento com uma pessoa da sua idade poderia dar mais certo. "Nunca encorajei suas pretensões. Entre nós não houve sequer um beijo", declarou o assassino. Guilherme diz que começou a ficar preocupado quando Daniela passou a ameaçar matar sua esposa. Ele disse ao delegado que a atriz confessou a ele freqüentar ritos de magia negra para prejudicar seu casamento e falava que ia esquartejar sua mulher, mandar enterrar os pedaços em locais diferentes "para que a alma dela nunca mais se reencontrasse".
Além de localizar a arma do crime e recolher informações desencontradas sobre a personalidade de Pádua, dos seus motivos para cometer o crime e do tipo de relacionamento que ele poderia estar mantendo com Daniela fora da novela, a polícia considerava o caso tecnicamente resolvido. Afinal, o criminoso confessara e sua história e os detalhes de horas e locais coincidiam com o depoimento das testemunhas. Na manhã de quarta-feira, no entanto, um outro explosivo elemento tornou a história mais misteriosa. Os detetives Nelson Peixoto e Valdir de Oliveira, encarregados pelo delegado Magalhães de ir à casa de Pádua em Copacabana na noite de terça-feira buscar roupas limpas para o ator, ouviram da mulher dele, Paula Nogueira de Almeida Thomaz, de 19 anos, grávida de quatro meses, uma versão absolutamente nova do crime. Paula disse aos detetives que rena participado do crime.
'No Banco de Trás' - Os policiais tentaram levá-la para depor oficialmente na madrugada de terça-feira. Não conseguiram e fizeram eles mesmos um relatório na quarta-feira contando o que ouviram. Paula chegou a entrar no carro rumo à delegacia, mas vomitou, teve um princípio de hemorragia e os policiais, temerosos de que ela pudesse perder o bebê, adiaram para o dia seguinte a tomada oficial de seu depoimento. Antes que pudesse contar ao delegado Magalhães a sua história, Paula foi internada pela família numa clínica de repouso. O advogado Ronaldo Machado, que defende Guilherme de Pádua, garantiu que Paula vai depor na segunda-feira. Ela contou aos policiais que o marido teria armado o encontro com Daniela para provar que não tinha um caso com a atriz. Paula disse que se escondeu no banco de trás do Santana enquanto Guilherme e Daniela conversavam no da frente. 'Ela estava deitada de cama e nos contou que assistiu a tudo do banco de trás do Santana", diz o detetive Nelson Peixoto. 'Mas em nenhum momento ela contou ter participado do crime.'
Amor Platônico - Daniela Perez e Guilherme de Pádua mantinham algum relacionamento amoroso? O andamento das investigações certamente vai esbarrar nessa questão delicada mas que pode ajudar a entender as circunstâncias do crime - nunca atenuá-las. A ferocidade do crime confessado pelo ator se tornará ainda mais desumana caso as investigações revelem que havia paixão entre eles. Se já é difícil para a alma humana compreender que urna moça bonita e atriz de futuro como Daniela Perez, de apenas 22 anos, seja esfaqueada por um louco, em que canto obscuro das emoções se poderá acomodar a constatação de que o crime foi cometido por alguém que a amava? É algo muito mais inclemente.
Pelo que se soube até a semana passada, há indícios de que eles tinham um relacionamento especial, não necessariamente amoroso, fora das gravações. O vigia da produtora Tycoon contou à polícia que no dia do crime viu Guilherme afagando afetuosamente as mãos de Daniela antes de ela entrar no Escort XR-3 e guiar até o encontro fatal na Rua Cândido Portinari, na Barra. A polícia acredita que Daniela não seguiria espontaneamente o ator Guilherme de Pádua por vários quilômetros e não entraria em seu carro à noite, numa rua escura, se isso não tivesse sido combinado antes. Os colegas de profissão garantem nunca ter percebido qualquer clima romântico entre os dois. "Não acredito que os dois tivessem um caso", diz Cristiana de Oliveira, grande amiga de Daniela e irmã de Yasmin na novela. "A Dani sempre se mostrou muito apaixonada pelo Raul. Nunca percebi nada entre ela e o Guilherme', afirma Eri Johnson, o gótico Reginaldo, que cultiva um amor platônico por Yasmin em De Corpo e Alma.
Casal Apaixonado - Daniela conheceu o ator no seu primeiro trabalho na televisão, em 1989, na novela Kananga do Japão, da TV Manchete, de Wilson Aguiar Filho. Bailarina do grupo carioca Vacilou, Dançou na época, teve uma pequena participação em Kananga, dançando um tango com Gazolla. "Foi amor à primeira vista', resumiu o ator em novembro do ano passado. Os dois se casaram em 1990 no civil. Não fumavam, não bebiam e gostavam das mesmas coisas: ginástica, dança, interpretação e comida japonesa. Gazolla estava na capela do cemitério São João Batista, no enterro da mulher, quando soube da confissão de Guilherme de Pádua. Gazolla ficou transtornado e foi aos berros, até a janela da capela, onde aguardava o sepultamento da mulher. Ele teve crises de choro durante todo o dia, mas não quis tomar sedativos. Teve de ser amparado diversas vezes pelos amigos Carlos Vereza, Alexandre Frota e Maurício Mattar. Agarrado a uma lápide de mármore com o nome da mulher e a palavra "Adeus", Gazolla soluçava desesperado. "É tudo um absurdo, um ser humano como ela não podia nos abandonar assim." O drama da mãe, Glória Perez, embora mais contido, foi também comovente. Ela não quer vingança contra Pádua nem contra o personagem Bira. Há duas semanas Glória falou a VEJA sobre as surpresas a que um autor de novela está sujeito. 'Tudo pode acontecer ao longo de 180 capítulos. Alguém pode morrer, brigar ou viajar. Qualquer coisa pode acontecer e é preciso que você esteja pronto', afirmou. "Continuo, sejam quais forem as surpresas do meio do caminho. Esta é a grande paixão da novela."
A partir da Revista Veja, Leia no original
PENSO NA DANI O TEMPO TODO UM DIA VOU NO RIO VER SEU TUMULO''ROSE
ResponderExcluirTIVE UM SONHO COM A DANI QUERO CONTAR PARA A GLORIA'' ELA TA MUITO FELIZ''
ResponderExcluiresse assassino , verme asqueroso deveria morrer igualzinho ele matou .
ResponderExcluirO inferno te espera monstro.
ResponderExcluirA DANI FAZ PARTE DA MINHA ROTINA E JA ME ACORDO PENSANDO NESSA PRINCESA QUE VIVE NO PENSAMENTO MEU E DE MILHOES DE BRASILEIROS...DANI NUNCA TE ESQUECEREMOS,ROSE BELEM-PARA
ResponderExcluirsonho com Dani, kkkkkkkkkkkkkkkk............
ResponderExcluire ela ainda está Feliz, essa foi a melhor de todas!!!
Nossa, quando a Dani morreu eu ainda estava na barriga de minha mãe, mas hoje sempre vejo os vídeos dela atuando,dançando e tenho certeza que ela está em um lugar lindo e sendo muito feliz...Sonhei várias vezes com ela e e ela estava sempre muito sorridente. Dani descanse em paz. TE AMAMMOS!!!
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